sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mais que uma instituição, um lar



Conheça um pouco sobre o SOS Airton Haenich

O SOS Guarapuava é uma instituição pública, sem fins lucrativos e que merece uma atenção especial da sociedade, pois a cada ano que passa o número de idosos aumenta no mundo todo e devemos cuidar melhor hoje de quem cuidou de nós ontem. Em conversa com o senhor Leônidas Ribas, que é o diretor geral do SOS e que está nesse cargo a mais de 20 anos, ele deu várias informações sobre o funcionamento da instituição e um pouco da sua história.
          O SOS foi fundado dia 11 de outubro de 1966. Hoje conta com 40 internos, dentre eles 19 homens e 21 mulheres, o morador mais velho tem 85 anos e a moradora mais velha tem 93 anos.      
          Na instituição trabalham 13 funcionários efetivos, as irmãs da Congregação da Sagrada Família e os voluntários. Qualquer pessoa pode ser voluntária, é só ir ao SOS e conversar com o diretor ou com a irmã coordenadora, podendo escolher em qual parte quer trabalhar. A instituição tem vários voluntários, alguns trabalham com o bazar, outros ajudam a passar as roupas, outros ajudam nos serviços gerais e ainda em época de festividades eles também ajudam a arrumar o salão, as mesas, e na parte de decoração. Os eventos do SOS são realizados na instituição mesmo, lá eles possuem um salão que comporta 280 lugares.     
          O asilo vive exclusivamente de doações, eles aceitam todo tipo de ajuda. O senhor Leônidas relata que lá eles recebem sacas de feijão ou milho, depois das colheitas, alguns fazendeiros doam cabeças de gado que depois de recebidas são levadas a um frigorífico, examinados e abatidos. Também recebem cestas básicas, roupas, calçados e remédios. Quem quiser fazer alguma doação e não pode levar ao SOS, é só ligar para a instituição que todo sábado, normalmente na parte da manhã, eles têm uma equipe que sai para recolher essas doações.        
          Hoje o SOS precisa que a comunidade se associe para dar uma contribuição em dinheiro, para isso, é só ir direto lá, fazer um cadastro e todo mês algum funcionário irá à casa do associado cobrar essa doação e o contribuinte recebe um carnê de comprova da contribuição. O asilo recebe uma pequena verba da prefeitura e ainda auxilio de fisioterapeutas e nutricionistas do município. A despesa é aproximadamente de R$ 30.000 reais por mês, e este não é um dinheiro fácil de conseguir, nessa despesa entra o pagamento dos funcionários e toda a manutenção da casa.      
          Para que os idosos morem lá, eles precisam ter mais que 60 anos, e precisa ser comprovado que eles são desamparados, pois se o idoso tem família, o filho é obrigado a dar assistência ao pai, por própria recomendação jurídica, do estatuto do idoso e da constituição. Quando entra algum idoso, é comunicado para a rede de saúde e para a promotoria que ele está lá, para ser comprovado que ele não ninguém fora do asilo. Existe um diretor de internamento que informa ao idoso e orienta como ele vai viver lá, quais são as condições para ele morar no asilo e se ele aceita ficar no SOS.   
          A rotina é bastante trabalhosa, começa as 7:00h. Eles tem horários para banho, lanche, fisioterapia, fazem passeios esporadicamente e ainda nas terças, quintas, sábados, domingo e feriados das 14:00h até as 17:00h é o horário que a comunidade pode visitar o asilo. A diocese também participa da rotina da instituição, toda quinta-feira, as 18:00h, os freis do seminário celebram missas.          
          No fim da conversa o senhor Leônidas conta que o SOS tem muita história nesses 45 que ele existe, mas um fato que marca muito é a generosidade da comunidade que nunca se negou a ajudar a instituição. O S.O.S. fica na rua Generoso de Paula Bastos, número 2245, próximo ao ouro branco, bairro Santa Cruz, para saber mais informações ligue: 36231872.

Ouça a entrevista feita com o senhor Leônidas Ribas, diretor geral do SOS:


http://soundcloud.com/amandalimajornalismo/entrevista-leonidas-ribas

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Doações

O SOS de Guarapuava só existe graças a doaçoes da sociedade. Qualquer coisa pode ser doada, desde alimentos, roupas, remédios e um pouco do seu tempo, realizando uma visita aos idosos, que podem ser feitas as terças, quintas, sábados, domingos e feriados.
O asilo fica na Rua Generoso de Paulo Bastos, número 2245, próximo ao condomínio Ouro Branco, no bairro Santa Cruz. Telefone (42) 3623-1872

O Ambiente

                                                               Sos Guarapuava
                                                                    Colabore!
                                                         Eles precisam da sua visita

Venha você também aprender com quem é jovem de alma!

Quando soubemos que teríamos que escolher uma instituição para fazer um projeto de comunicação comunitária não sabíamos qual escolher. Começamos a pensar nas entidades em existem em Guarapuava e dentro das que lembramos, resolvemos escolher com o asilo. Nada melhor do que ajudar hoje quem nos ajudou ontem.
Não sabíamos que tipo de projeto realizar no asilo, pois lá é um local onde moram várias pessoas, é uma casa, e como ajudar uma casa? Antes de apresentarmos o projeto para o coordenador do SOS vimos que a instituição não possui muita divulgação e resolvemos nos envolver nessa área, conseguindo realmente atuar na parte de comunicação dentro do projeto.
Começamos a realizar as visitas no asilo e conhecer os moradores, pessoas alegres e que gostam de morar lá. Temos que tirar a idéia de que uma casa de repouso é um lugar triste e sem vida, o Asilo Airton Haenisch une os moradores, as irmãs e os voluntários e os transforma em uma nova família.
Com o passar das visitas vi muitos moradores sorridentes, que gostam de ver televisão, tomar chimarrão e gostam muito de atenção, pois adoram conversar, e com um pouco de tempo e de paciência para escutar as histórias, os idosos já te consideram um velho amigo, alguém que eles podem contar sobre a vida deles abertamente. Apesar de termos sidos alertadas pelo diretor do asilo, senhor Leonidas Ribas, de que muitas histórias podem não ser verdade, pois alguns idosos têm problemas de memória, é gratificante se sentir amigo deles.
Como qualquer casa eles precisam de comida, água, remédios, dinheiro, e por aí vai. O tamanho das despesas do asilo gira em torno de trinta mil reais por mês, e pensando nisso vejo que chegamos em boa hora, e que se nosso projeto foi adotado por mais pessoas no futuro, conseguiremos ajudá-los muito.
O SOS de Guarapuava aceita qualquer doação e qualquer visita é bem vinda, mesmo que esporadicamente, pois ir lá, além de ser um ato de bondade, é um aprendizado.

Karoline Messias Fogaça

Significado das visitas para nós

Há alguns meses estamos realizando visitas no Asilo Airton Haenisch, cada visita descobríamos novos sorrisos ao nos avistarem chegando pela porta de entrada, novas histórias de vida, de pessoas que tem e muito a nos acrescentar.
Antes das visitas, tinha uma outra visão do que era um asilo. Ao chegar lá, vi que era um lar de verdade, com pessoas tomando chimarrão e conversando, vendo o jogo de futebol na TV, tomando café e comendo bolo. Pessoas que gostam e precisam da visita de outras pessoas, pois não tem família sanguínea por perto, mas ao morarem ali, adquirem uma nova família, as irmãs, os funcionários,os idosos.
O trabalho lá realizado é mravilhoso e merece apoio e respeito. É algo sério, e que cada pessoa pode e deve ajudar. Pode fazer isso com qualquer coisa, dinheiro, alimentos, roupas, mas tenho certeza que o principal é a visita, o sorriso, o abraço, a conversa, alguém para o ouvir. Isso todos temos condição de oferecer.
Ao terminar este projeto, de divulgação do trabalho ali realizado foi pra mim uma nossa visão de humanidade, e agora aquele local está na minha lista de locais para visitar regularmente e continuar fazendo aquelas pessoas tão experientes na vida, tão cheias de cultura. Todos tem direito a um lar, a serem felizes, independente da idade, e o asilo serve pra isso, dar conforto, alento, comida, e felicidade aos seus moradores. Que assim continue ao longo dos anos, nas próximas gerações, afinal todos nós seremos idosos um dia.


Amanda Lima

Asilo, um lugar rico em histórias e sensações

Quando somos crianças parece que a nossa vida é perfeita. O máximo que queremos é viver no mesmo mundo que nossos personagens preferidos. Criamos uma vida e talvez por isso ela se torna perfeita, temos tanta convicção que nosso mundo é aquele, que acaba se tornando real, pelo menos para nós.

Crescemos, as fantasias vão desaparecendo e começamos á enxergar a realidade. Vemos que o mundo não é tão perfeito quanto imaginamos. Mas tudo faz parte do ciclo. Precisamos criar responsabilidades, precisamos fazer escolhas. Optamos por uma profissão, um caminho, uma família e vivemos, amadurecemos. Uns com mais sorte, outros nem tanto. E de repente nos vemos mais velhos, com cabelos brancos e não tanta disposição quanto antes. Sentimos isso no corpo, na alma talvez. Sentimos também que não somos mais independentes quanto antes, por mais que nos esforçamos não conseguimos mais realizar certas ações. Precisamos da nossa família que optamos há alguns anos atrás. Mas e quando ela não está presente?

E quando por algum motivo não podemos mais contar com eles? Ou porque todos se foram, ou seguiram caminhos diferentes ou simplesmente eles não conseguem cuidar de idosos (o que é realmente triste).

Asilos, talvez muitos idosos tenham medo deste lugar. Eu mesma quando pensava nessa palavra, imaginava um lugar bem triste, pensava que não queria ver nenhuma pessoa que amava lá. E ainda não quero.

Mas descobri que lá não existem somente pessoas tristes, idosos que não tem mais vontade de viver. Nas visitas, ainda consegui enxergar sorrisos e isto de alguma forma me fez bem. Foi impressionante ver o quanto eles ficam felizes com as visitas e te recebem, fazem de tudo pra chamar atenção. Alguns são extremamente receptivos e logo se apresentam e começam a contar as suas histórias. Em outros, da pra perceber a decepção que eles sentem, o amargor nos olhos transparece isto. Mas isto deve ser perdoado, entendido. Afinal não sabemos o que eles passaram e qual é a dor que eles sentem por estar ali.

Sentir-se abandonado realmente não deve ser uma sensação boa. Porém, ali naquele lugar eles têm uma nova vida, os colegas que moram ali, os funcionários, as irmãs, estas pessoas acabam se tornando a família daqueles idosos. Eles não têm mais ninguém, somente um ao outro.

E pra quem pensa que todos os idosos que estão lá são desinformados ou não costumam ver TV , é porque não conheceu ainda seu Nestor. Um velhinho muito ativo, simpático e que se demonstrou super atualizado, principalmente quando se tratava de futebol. Muitos quando voltava mos lá não nos reconheciam, mas ele reconhecia e fazia questão de ir nos cumprimentar e dizer que estava mos muito bonitas. Foi o que mais tivemos proximidade e logo na primeira visita se dispôs a nos ceder uma entrevista, caso precisasse mos, pois ele era o homem que sempre falava com a imprensa.

Outro colega e posso dizer amigo de seu Nestor, era seu Lauro, muito sorridente também por sinal. Fez questão de nos repetir que já fazia dez anos que morava lá. E não consegui ver tristeza nisso. Ele nos falou de como ajudava as irmãs dando banho nos colegas na parte da manhã e falava isso com muito orgulho. Dava pra perceber que era um homem disposto e gostava de se sentir útil.

A disciplina deles é interessante de observar. Contaram-nos como para tudo tem horário, para o banho, o café, o chimarrão, o almoço, o lanche e assim por diante. Bastava tocar o sinal e paravam tudo que estavam fazendo e iam tomar seu lanche. Na hora do café se sentavam, comiam e ao terminar levavam suas xícaras e pratos e os que não podiam eram ajudados pelos colegas.

É importante também ressaltar a importância das irmãs e dos voluntários. Se não fosse estas pessoas o que seria do lugar? Estavam lá mesmo nos domingos, cozinhando para aqueles idosos e dando seus remédios nas horas exatas. Por isso é importante ressaltar como o SOS precisa de voluntários. Não é a instituição que necessita de ajuda, é cada um daqueles moradores.

Mas se você não tem tempo suficiente para ser voluntário, tenta visitar um dia e conhecer o lugar, os idosos. Só com um pouco de atenção eles ficam felizes. Levar um esmalte ou acessórios para as mulheres. Tomar um chimarrão e jogar um pouco de conversa fora com quem já tem muita experiência. Rezar, não importa qual for sua religião. Cantar e até mesmo quem sabe dançar. Atos bem simples que serão recompensados com um enorme sorriso, tenho certeza.

É importante ressaltar também, que são 40 idosos que comem, tomam banho, dormem se vestem. E que não recebem nenhuma renda fixa, sobrevivem apenas de doações. Se você puder contribuir com muito pouco, já é uma grande ajuda.

O Asilo Airton Haenisch é um asilo como muitos outros que existem no mundo e é importante ás vezes você conhecer realidades um pouco diferentes da sua. Faz você refletir valores e rever o que realmente pode te fazer feliz.



Geyssica Caetano Reis.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

História da criação dos asilos

A origem dos asilos não é recente, e tem influência do cristianismo. Há registros de que o Papa Pelágio II (520 – 590), transformou sua casa em um hospital para velhos, este seria o primeiro asilo para idosos. No Brasil em 1794 começou a funcionar a Casa dos Inválidos localizada no Rio de Janeiro, era um lugar onde os soldados que foram para guerra, iriam quando se tornassem mais velhos. Era uma forma de reconhecimento por aqueles que prestaram serviços a pátria.

Como instituição de caridade, o primeiro asilo também no Rio de Janeiro, foi o Asilo São Luiz em 1890. Quem criou esta instituição foi um homem de negócios chamado Visconde Ferreira de Almeida. Mais tarde ele começou a receber ajuda de algumas freiras de ordem Franciscanas. O interessante observar é que este asilo teve um crescimento muito rápido, em apenas três décadas passa de 45 para 260 leitos. Outro fato relevante é que a partir da criação desta instituição a velhice começou a ter maior visibilidade. Quando houve a inauguração do Asilo São Luiz, várias notícias saíram em vários jornais.

Quando ainda não existia nenhum asilo para abrigar idosos, eles eram acolhidos em casas de caridade, ou seja que cuidavam de pessoas pobres como os mendigos. Ao final do século XIX, a Santa Casa de Misericórdia dava assistência ás pessoas carentes. Quando começou a internar muitos idosos se definiu como instituição gerontológica em 1964. Após essa data foram surgindo cada vez mais clínicas gerontológicas particulares e instituições públicas.

Atualmente a população idosa esta crescendo cada vez mais, de acordo com dados do IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) já existe 15 milhões de idosos com 60 anos ou mais, ou seja representa 8,6 % da população brasileira. E ainda o Instituto revela que em 2050 um quinto da população será de idosos. Em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões de pessoas, montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade.

Portanto a população tem que estar preparada para receber e cuidar destes idosos. E os asilos fazem parte desta preparação. Ou seja a partir de agora estas instituições devem ser valorizadas e devem receber o devido reconhecimento da população. Principalmente as públicas precisam da atenção e das doações do povo, para que aqueles que não possuem família ou foram abandonados tenham um envelhecimento saudável.

Fontes:
http://www.abennacional.org.br/centrodememoria/here/n2vol1ano1_artigo3.pdf

http://seer.ufrgs.br/index.php/RevEnvelhecer/article/viewFile/5476/3111

Geyssica Caetano Reis